A Justiça da Bahia proibiu hoje o município de Teolândia de realizar repasses para empresas e artistas contratados para a XVI Festa da Banana, que aconteceria entre os dias 4 e 13 de junho.
Segundo o Ministério Público do estado, o custo da festa ultrapassa R$ 2 milhões, mais de 40% de todo o gasto do município com saúde no ano passado. Desse montante, R$ 704 mil correspondem ao cachê de Gusttavo Lima, que se apresentaria no evento no domingo (5).
Em dezembro, Teolândia foi uma das cidades afetadas pelas fortes chuvas na Bahia, e recebeu cerca de R$ 2,3 milhões do Governo Federal para lidar com os prejuízos causados pelas enchentes e deslizamentos de terra.
"Não se mostra possível que o mesmo município que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural, mesmo vivenciando um estado de calamidade televisionado para o Brasil inteiro, anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município", afirma a promotora Cássia Pires Bezerra Cavalcanti.
Além de Gusttavo Lima, a festa também teria shows de outros quatro artistas cujo cachê ultrapassa R$ 100 mil: Unha Pintada (R$ 170 mil), Adelmário Coelho (R$ 120 mil), Marcynho Sensação (R$ 110 mil) e Kevy Jonny e Banda (R$ 100 mil).
Caso o município descumpra a decisão da juíza Luana Paladino, será aplicada uma multa correspondente ao dobro do valor do contrato.
Ela determinou também que a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) suspenda imediatamente o fornecimento de energia elétrica aos locais onde aconteceria a festa, e que os equipamentos sonoros alocados para os shows sejam lacrados.